Bolsonaristas veem entraves para Câmara revogar eventual prisão de Zambelli

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Caso a deputada Carla Zambelli (PL-SP) seja presa, o trabalho para que o plenário da Câmara revogue a medida será árduo, avaliam aliados dela.
Alguns fatores complicam a missão do PL de livrar a bolsonarista.
O primeiro é o fato de ela ter fugido do Brasil. Na opinião de um congressista próximo a Zambelli, a fuga transfere o ônus de uma decisão que venha a contrariar o Supremo Tribunal Federal aos demais deputados, sem que ela esteja no corpo a corpo para comovê-los de sua causa.
Há a avaliação no PL de que a pena de dez anos imposta à deputada por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça foi excessiva, mas não se questiona que ela praticou um ato ilícito.
A tentativa de colar seu caso no do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que pediu licença do mandato para passar uma temporada nos Estados Unidos, também não a ajuda. Ao contrário de Zambelli, Eduardo não tem condenação.
Outro complicador para a revogação de uma eventual prisão é a ausência de Zambelli do plenário ao longo da atual legislatura. Ela pediu diversas licenças no mandato, além de ausências justificadas, o que a impediu de formar laços mais estreitos com outros deputados. Além disso, tem perfil de embate e pouca costura de aliança.
O PL ainda não fechou questão quanto ao tema, mas tende a sair em sua defesa. "O PL vai trabalhar para revogar a prisão", disse o deputado Filipe Barros (PL-PR).
Na avaliação interna da bancada, o placar em plenário será apertado caso seja pautado. Aliados contam com o espírito de corpo, que costuma exercer influência nos congressistas nesse tipo de votação. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda não tratou do assunto com a bancada.
A ordem de prisão preventiva foi dada nesta quarta-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Como a deputada está fora do país, Moraes determinou que a Polícia Federal aja para incluí-la na lista vermelha da Interpol.
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