Advogado que gravou Cid aciona OAB e fala em criminalização da profissão

Em sua decisão, Moraes determina a prisão preventiva de Câmara por embaraço às investigações por causa da tentativa do advogado de obter informações sobre a delação premiada de Cid.

O ministro também argumentou que Câmara descumpriu as cautelares de sua liberdade condicional ao conversar com outros investigados por meio de terceiros.

Kuntz afirma que não houve qualquer descumprimento das cautelares, que não vigoravam na época das conversas, já que Câmara ainda estava preso.

A delação de Mauro Cid foi homologada em setembro de 2023, e Kuntz e Cid teriam trocado mensagens pelo Instagram até março de 2024. Câmara, que havia sido preso em fevereiro, só deixou a cadeia em maio de 2024 sob liberdade condicional.

Nos diálogos juntados aos autos, Cid afirma que "nunca falou em golpe" durante sua delação premiada. As defesas de Bolsonaro, Câmara e outros estão usando o argumento de falta de "voluntariedade" do tenente-coronel para tentar derrubar a delação.

OAB

A OAB-SP indicou os advogados Alberto Zacharias Toron e Renato Marques Martins para defender Kuntz no inquérito policial instaurado pelo STF para apurar suposto crime de obstrução à investigação.

"A instauração de uma investigação contra um advogado que nada mais fez do que bem e devidamente exercer a defesa do seu cliente, verificando se as acusações contra aquele era verdadeiras ou falsas, representa uma tentativa de calar a Defesa que não deve ser - e não será - admitida em sociedade democrática", disse Martins em nota.